O Juventus esperou 12 anos para voltar a disputar uma final da Liga dos Campeões. Quando o dia, enfim, chegou, os italianos evidenciaram desde os primeiros minutos o nervosismo e sofreram com isso. Depois de esboçar uma marcação no campo de ataque, que gerou uma finalização sem direção de Tévez e um escanteio, a Velha Senhora foi castigada logo aos três minutos. Recuado, Messi inverteu a jogada para Jordi Alba na esquerda, o lateral escorou de primeira para Neymar, que demonstrou a calma que faltava aos rivais. O brasileiro segurou a bola, esperou Iniesta passar e rolou para o meia, já dentro da área, se tornar o primeiro jogador da história a dar assistências em três finais de Champions. Com a parte da fora do pé, ele presenteou Rakitic, que empurrou para o gol vazio: 1 a 0 Barça.
Aos nove minutos, Marchisio, muito marcado, descolou bonito passe de calcanhar para Lichtsteiner, na direita. O suíço cruzou rasteiro e encontrou Tévez, que já girou chutando de canhota. Ter Stegen fez a defesa parcial e a bola se apresentou limpo, na pequena área, para Morata empatar. Cria do Real, o espanhol externou toda vibração que guardou nos gols marcados contra o ex-clube, na semifinal.
Acorda, Neymar! Acorda porque não é sonho! O Barcelona, mais uma vez, é campeão de tudo que disputou na temporada. Embalado por um ataque de 122 gols, os catalães repetiram 2009 e conquistaram, neste sábado, no estádio Olímpico de Berlim, a Liga dos Campeões da Europa e, por tabela, o segundo triplete de sua história. No 3 a 1 sobre o Juventus, não teve gol de Messi. Mas nem precisava. Suárez e Neymar representaram o tridente em partida com emoção até o golpe final do brasileiro, que já no último minuto se tornou ainda artilheiro da competição ao lado do próprio Messi e CR7. Rakitic abriu o placar e Morata fez para os italianos.
Neymar, que passou a semana dizendo estar vivendo um sonho de criança em Berlim, passa a integrar ainda um seleto grupo de nove campeões da Champions e da Libertadores - cinco brasileiros. O tridente, que quebrou o recorde de gols de um ataque em uma temporada, vê ainda Messi ser o primeiro jogador a terminar a Liga como goleador por cinco vezes, além de ser quem mais balançou as redes na história do torneio, com 77, empatado com CR7.
A taça erguida em Berlim é o quinto da história do Barcelona, que iguala Liverpool e Bayern de Munique, quatro com a participação de Messi. O Juventus, por sua vez, segue com dois e chegou ao sexto vice-campeonato. O título coroou ainda a passagem de Xavi com a camisa culé. O meio-campista, que substituiu Iniesta, eleito o melhor campo, se despede após 17 temporadas e 26 troféus. Luis Enrique é outro que deixa a Alemanha com um lugar na eternidade. Se como jogador nunca foi campeão europeu, cumpriu com maestria sua missão como treinador e repetiu a façanha do amigo Pep Guardiola. O Barça é o primeiro clube da história a completar dois triples.
Juve nervosa, Barça fatal.
Se já estava tenso, o Juventus se desesperou e tinha em Arturo Vidal a personificação de seu destempero. O chileno, que já tinha vacilado ao deixar Iniesta avançar livre no lance do gol, enumerou faltas, discutiu com Daniel Alves, recebeu o cartão amarelo e saiu no lucro por não ser expulso. Das 15 faltas cometidas pelos italianos nos 45 minutos iniciais, cinco foram dele, mais do que todo time do Barcelona: quatro. O time de Turim jogava a vida e não lidava bem com essa situação. O Barça, por sua vez, parecia disputar uma partida qualquer, natural para quem participava da quarta decisão em dez anos, e controlava as ações a sua maneira.
Sem pressa, os catalães trocavam passes de um lado para o outro em busca de espaços. Foi assim que a bola chegou até Daniel Alves, na entrada da área, para finalização que parou em defesa espetacular de Buffon. O relógio caminhava para os 20 minutos, e o Juve seguia atordoado. Sem Chiellini, os italianos tinham dificuldade na saída de bola e não conseguiam respirar. Quando colocou a bola no chão, o time italiano melhorou e equilibrou as ações. Tévez e Pogba corriam e demonstravam vontade, mas as melhores chances caíram nos pés de Morata, que errou o alvo. Marchisio, em chutes de longa distância, foi o responsável por levar um pouco de perigo a Ter Stegen.Com o dobro de posse de bola, 67% contra 33%, o Barcelona administrava a vantagem como se o segundo gol fosse acontecer naturalmente. A partida em determinado momento chegou a ficar monótona, até que, com duas arrancadas, Suárez, com boa dose de individualismo, deu alguma emoção aos minutos finais. Nada muito empolgante. Mordida campeã: Suárez é o herói do tridente
A segunda etapa começou no mesmo ritmo, com Suárez arrancando e dando problemas a Buffon. Em contragolpe aos três, o uruguaio chutou forte, de bico, mas o goleiro italiano fez outra linda defesa. Mais seguro de si, o Juventus não se abateu e partiu para o ataque. Com espaço, Messi tabelou com Neymar e chutou forte para fora. Os italianos, por sua vez, não demorariam para dar o troco.
Confiantes, os italianos passaram a ditar o ritmo da partida e se mantinham no campo de ataque. Uma arrancada desenfreada de Piqué para o ataque deixava claro os efeito do gol sofrido no Barcelona. A confiança, no entanto, se tornou armadilha para o Juve, que deu espaços na defesa e foi castigado. Aos 23, Messi avançou com rara liberdade, conduziu a bola até a entrada da área e chutou forte. Buffon seguiu o protocolo e espalmou para o lado, mas Luis Suárez foi mais rápido que Evra e escorou de primeira. Gol! O Barça novamente estava na frente. Foi a 25ª vez que o uruguaio balançou as redes na temporada, 121 para o tridente formado com Messi e Neymar. O brasileiro ainda faria o 122ª logo depois, em lance anulado por toque de mão após a cabeçada para vencer Buffon.A vantagem fez o Barça voltar a administrar a partida, e o Juventus novamente se perdeu na própria ansiedade. Por mais que adiantasse a marcação e ficasse no campo de ataque, os italianos não conseguiam chegar ao gol de Ter Stegen e apelavam para bolas aéreas. A estratégia não fazia efeito. Um chute de longa distância de Marchisio foi o lance de maior perigo.
No minuto final, o Barcelona deu o golpe de misericórdia. Aproveitando os espaços de um Juventus desesperado pelo empate, Neymar arrancou em contragolpe, tocou para Pedro, recebeu de volta e chutou firme para superar Buffon. Não faltava mais nada. O sonho de criança do brasileiro está realizado, e com direito a artilharia da competição de clubes mais badalada do mundo. DESPEDIDA DE XAVI
O título coroou ainda a passagem de Xavi com a camisa culé. O meio-campista, que substituiu Iniesta, eleito o melhor campo, se despede após 17 temporadas e 26 troféus. Luis Enrique é outro que deixa a Alemanha com um lugar na eternidade. Se como jogador nunca foi campeão europeu, cumpriu com maestria sua missão como treinador e repetiu a façanha do amigo Pep Guardiola.
Hoje de manha o artilheiro do Barcelona Lionel Messi postou uma foto em seu instagram oficial o @Leomessi junto com a taça.com a legenda "Tomando café com ela".
E é claro que no meio de tantas comemorações não poderiam faltar a nossas queridas,amadas,idolatradas zueiras por isso vamos com elas:
Enquanto é preciso esperar até 6 de junho para conhecer o vencedor da atual Liga dos Campeões - Barcelona e Juventus farão a final em Berlim -, a próxima edição ganha forma. Até esta segunda-feira, 55 equipes se garantiram pelo menos nas fases preliminares do principal torneio da Europa em 2015/16. Há duas grandes novidades: o retorno do Manchester United após um ano de ausência e a presença do Real Madrid no pote 2 do sorteio da fase de grupos.
É bem provável que os Diabos Vermelhos tenham de disputar o playoff, já que ocupam a quarta colocação do Campeonato Inglês, que não dá direito a avançar direto ao sorteio. Ainda assim, é esperado que avancem devido à promessa de novas contratações no mercado de transferências, melhorando um elenco que já tem boas opções em todos os setores.
O caso do Real Madrid deve-se à mudança de regra da Uefa em relação aos cabeças de chave. Ela passará a privilegiar os campeões das sete principais ligas de acordo com o ranking de coeficiente dos países, além de dar a última vaga ao campeão da Champions - como Barcelona ou Juventus levaram seus respectivos títulos nacionais, o PSV apareceu no pote 1 como campeão holandês.Os merengues lideram o coeficiente de clubes da Uefa, mas caíram para o pote 2 por causa do sucesso do Barça. Serão cabeças de chave, além de Barcelona e Juventus: Bayern de Munique, Chelsea, Benfica, Paris Saint-Germain, Zenit e PSV. Porto e Manchester City estarão ao lado do Real, assim como o Atlético de Madrid e Arsenal ou Manchester United, se avançarem diretamente. A mudança pode colocar o Real em grupo com Bayern, PSG, Juventus ou Chelsea, por exemplo. Times do mesmo país só se enfrentam a partir das quartas de final.
Um sorteio no dia 22 de junho definirá os confrontos das duas primeiras rodadas preliminares, que acontecem no início de julho. Os playoffs ocorrem em 18/19 e 25/26 de agosto, com a definição da fase de grupos marcada para 27 de agosto, em cerimônia em Mônaco. A bola rola na sequência, em 15 e 16 de setembro. A finalíssima será no San Siro, em Milão, no dia 28 de maio de 2016.
Confira todos os 55 classificados abaixo:
Primeira rodada
The New Saints (País de Gales)
Levadia Tallinn (Estônia)
Pyunik (Armênia)
Santa Coloma (Andorra)
Crusaders (Irlanda do Norte)
B36 Tórshavn (Ilhas Faroe)
Lincoln Red Imps (Gibraltar)
Campeão de San Marino
Segunda rodada
Celtic (Escócia)
BATE Borisov (Belarus)
Ludogorets Razgrad (Bulgária)
Dínamo Zagreb (Croácia)
Maribor (Eslovênia)
Maccabi Tel Aviv (Israel)
Partizan (Sérvia)
Malmö FF (Suécia)
Qarabag (Azerbaijão)
HJK (Finlândia)
Molde (Noruega)
Videoton (Hungria)
Skenderbreu Korce (Albânia)
Ventspils (Letônia)
Dila Gori (Georgia)
Zalgiris Vilnius (Lituânia)
Astana (Cazaquistão)
Vardar (Macedônia)
Stjarnan (Islândia)
Fola Esch (Luxemburgo)
Dundalk (Irlanda)
Hibernians (Malta)
Campeão da Romênia
Campeão do Chipre
Campeão da Dinamarca
Campeão da Polônia
Campeão da Eslováquia
Campeão da Moldávia
Campeão da Bósnia
Campeão de Montenegro
Terceira rodada*
Caminho dos Campeões:
Basel
Campeão da Áustria
Campeão da República Tcheca
Caminho da Liga:
Ajax
Young Boys
Terceiro do Francês
Vice-campeão da Rússia
Vice-campeão da Ucrânia
Vice-campeão da Bélgica
Vice-campeão da Turquia
Vice-campeão da Grécia
Vice-campeão da Áustria
Vice-campeão da República Tcheca
Playoff*
Caminho da Liga:
Bayer Leverkusen
Sporting
Quarto da Espanha
Quarto da Inglaterra
Terceiro da Itália
Fase de grupos*
Pote 1:
Barcelona
Bayern
Chelsea
Benfica
Paris Saint-Germain
Juventus
Zenit St. Petersburgo
PSV
Pote 2, 3 ou 4:
Real Madrid
Porto
Manchester City
Lyon
Dínamo de Kiev
Olympiacos
Borussia Mönchengladbach
Wolfsburg
Terceiro da Espanha
Vice-campeão ou terceiro da Inglaterra
Vice-campeão da Itália
Campeão da Bélgica
Campeão da Turquia
Campeão da Liga Europa
*RB Salzburg (Áustria), Viktoria Plzen (República Tcheca), Arsenal (Inglaterra), Manchester United (Inglaterra) e Atlético de Madrid (Espanha) já estão classificados, mas não têm posições definidas.
O CORITIBA... Bem, o Coritiba teve um início de Brasileiro com derrota para a Chape, fora, por 2 a 1. No meio da semana, até se classificou para a terceira fase da Copa do Brasil, nos pênaltis, contra o Fortaleza. Mas o torcedor não está convencido. A perda do estadual para o modesto Operário, o rendimento ruim da equipe e as críticas ao técnico Marquinhos Santos só aumentam as incertezas. Negueba, que era a esperança do time, começou no banco contra o Grêmio. E não é que deu certo? Rafhael Lucas foi a bola da vez na frente e por pouco não abriu logo o placar. Sim, o time partiu para cima. Explorou bem as laterais e o sistema defensivo do Grêmio cheio de falhas para fazer 2 a 0 ainda no primeiro tempo. Depois, com as tentativas de reação da equipe gaúcha, teve em Bruno a muralha no gol para garantir a primeira vitória no Brasileiro. Foi justa.
Tropeço o GRÊMIO também teve o seu na estreia no Brasileirão. Foi um empate, mas em casa, com a Ponte (3 a 3), e no apagar das luzes. O time se recuperou na Copa do Brasil, batendo o CRB por 3 a 1, e passou à próxima fase evitando o segundo jogo. Com a baixa de última hora do capitão Rhodolfo, Erazo formou a zaga com Pedro Geromel. Yuri Mamute, destaque na primeira rodada, começou no banco após corte da seleção sub-20. Os dois fatos foram simbólicos na derrota. Acuado, o time teve poucas opções de contra-ataque e tomou dois gols em 33 minutos. No segundo, após Yuri Mamute entrar (sim, Felipão mudou logo de ideia), os gringos se confundiram: Matías Rodriguez chutou a bola em cima de Erazo, e ela encobriu Grohe. Gol contra a quatro pés. Depois, o Tricolor reagiu e teve chances, mas não evitou a derrota.
Goias 2 x 0 Atletico Paranaense
No reencontro com o ex-ídolo Walter, que brilhou com a camisa esmeraldina, o GOIÁS bem que levou um susto nos primeiros minutos. O gordinho teve boa chance de abrir o placar, não fosse o goleiro Renan, que salvou também boa chance de Douglas Coutinho. Mas o time acertou a defesa e formou um bom ferrolho atrás no segundo tempo, com três volantes e atacantes solidários que ajudam a marcar. Tanto que no scout os anfitriões ganharam nos desarmes e nas roubadas de bola por 30 a 16 e 15 a 11, respectivamente. E ainda contou com o magrinho Bruno Henrique na frente para marcar os dois gols da vitória por 2 a 0 que o fez ao menos ficar com quatro pontos na tabela e sem sofrer gols - na estreia arrancou empate de 0 a 0 com o Vasco em São Januário. O início de Brasileirão está até animador.
A vitória surpreendente na estreia sobre o Inter por 3 a 0 deixou o ATLÉTICO-PR empolgado para o confronto no Serra Dourada. O Furacão foi até melhor no primeiro tempo, mas o estoque de gols parece ter esgotado todo na Arena da Baixada. Walter & Cia. esbarraram na boa atuação do goleiro Renan, principalmente quando o jogo estava 0 a 0. O time teve mais posse de bola (58% a 42%) e mais chances reais de gol (8 a 3), mas não as aproveitou e ainda foi prejudicado com erro de arbitragem no gol mal anulado de Walter no segundo tempo - o atacante não estava impedido. Fora isso, Douglas Coutinho, que ganhou chance de começar jogando, ficou devendo. Com a derrota, a tentativa de espantar a crise após a má campanha no estadual, quando por pouco não foi rebaixado, volta à estaca zero. O técnico Milton Mendes terá trabalho.
Corinthians 1 x 0 Chapecoense
Após a eliminação na Libertadores diante do Guaraní, do Paraguai, no meio da semana, o mundo caiu no CORINTHIANS. Na manhã da partida contra a Chape, torcedores voltaram a protestar no Parque São Jorge contra a má fase do clube e críticas à diretoria e aos jogadores, com faixas como "Diretoria omissa" e "salário de ouro, futebol de lata". No campo, em Araraquara, o Timão entrou bem agressivo, e com seis minutos Jadson e Guerrero já obrigavam o goleiro Danilo a trabalhar duro. Mas era necessário também contar com a sorte. Fábio Santos bateu de fora da área, e a bola resvalou na cabeça do colega de equipe, Mendoza, para enganar a muralha catarinense. Na segunda etapa, houve até outra boa jogada com Guerrero, mas o nível da partida caiu demais. Mas os 100% de aproveitamento no Brasileirão estavam garantidos.
Mais uma dor de cabeça para a CHAPECOENSE. Na última quarta-feira, o time catarinense já tinha sido eliminado da Copa do Brasil pelo Sport nos pênaltis. Seria de bom tom sair da Fonte Luminosa no sábado à noite com ao menos um empate. Mas sabe aquele time que tem mais posse de bola (55% a 45%), mais passes certos (386 a 346), mais roubadas de bola (18 a 12), mais desarmes (19 a 18), mais finalizações (11 a 10), e mesmo assim sai com a derrota? Se foi campeão moral nas estatísticas, a Chape ficou devendo tecnicamente, com apenas duas chances reais de gol e pouca objetividade. O atacante Roger, que perdera chance na primeira etapa - Cássio fez a defesa -, foi trocado por Bruno Rangel, mas de nada adiantou. Ao menos os catarinenses têm 3 pontos na tabela, com a vitória na estreia sobre o Coritiba.
Figueirense 0 x 0 Vasco
Curiosa a história do FIGUEIRENSE no empate por 0 a 0, na manhã de domingo, no Orlando Scarpelli. Quando foi dominado no primeiro tempo pelo Vasco, o time fez as duas jogadas de perigo mais plásticas, tanto no arremate de letra de Everaldo quanto no balão seguido de bicicleta de Clayton - ambas defendidas por Martín Silva. No segundo tempo, quando o Figueira foi melhor, faltou justamente a categoria demonstrada nos primeiros 45 minutos. Primeiro foi a cabeçada sem direção de Thiago Heleno. Depois, a furada no carrinho de Mazola, e por último a batida sem direção de Marcão. Não era mesmo para a equipe sair de campo com um gol e a vitória. Com apenas um ponto - na primeira rodada, o time foi goleado por 4 a 1 pelo Sport, na Ilha do Retiro -, os catarinenses já começam a competição na parte de baixo da tabela. O técnico Argel Fucks precisa ficar ligado.
Já são 180 minutos sem ver bola na rede desde o retorno à Série A. Esse é o drama da torcida do VASCO no começo do Campeonato Brasileiro. Embalado pelo título carioca, que não conquistava desde 2003, o time não consegue deslanchar. Pior que no primeiro tempo os cruz-maltinos tiveram tudo para abrir o placar, não fosse a atuação soberba de Alex Muralha. Primeiro na cabeçada-bomba de Rafael Silva, depois em novo chute do atacante vascaíno e em oportunidade dessa vez desperdiçada por Gilberto. Com os laterais Madson e Cristiano livres para atacar e criar situações, a equipe merecia sair do primeiro tempo com a vitória. Depois, Dagoberto cansou um pouco, o time foi dominado pelo Figueira e o empate acabou sendo justo. E todo cruz-maltino aguarda ansioso pelo retorno do Gigante da Colina à elite em alto estilo.
Santos 1 x 0 Cruzeiro
Um time envolvente, com toques rápidos, triangulações, deslocamentos. Que sabe criar situações de gol e domina o adversário. É o Cruzeiro campeão brasileiro dos últimos dois anos? Não. Foi justamente seu adversário neste domingo. O SANTOS de Robinho, com direito a pedalada. O Santos de Lucas Lima, sempre com visão de jogo. O Santos do garoto Geuvânio, que marcou um golaço aos 44 minutos do primeiro tempo, ao bater por cima de canhota pelo lado direito do ataque. Fábio, estático, nada pôde fazer. Mesmo com o esboço de reação na Raposa na segunda etapa, a equipe santista até poderia ter saído da Vila Belmiro com um placar mais elástico, tamanhas as chances criadas - teve bola no travessão e também tirada em cima da linha por defensor celeste. A vitória, a primeira no Brasileirão 2015 após empate com o Avaí na estreia, deixa o time com quatro pontos ganhos na tabela e em sexto lugar. Se jogar assim sempre, vai incomodar.
Lanterninha do Brasileirão. Quem poderia supor um início assim para o CRUZEIRO bicampeão em 2013-2014 com campanhas irrepreensíveis? Vão dizer que a cabeça está na partida do meio da semana, contra o River Plate, pelas quartas de final da Libertadores. É possível, sim, que esse seja um dos motivos. Mas a Raposa não tem sido a mesma desde o início da temporada. As saídas de jogadores como Everton Ribeiro, Ricardo Goulart, Marcelo Moreno e Lucas Silva não tiveram reposição do mesmo nível. O time é mais lento no ataque e na recomposição tática. Dominado na primeira etapa, quando poderia ter saído já goleado, até esboçou reação na segunda, sob o comando de Marquinhos. Leandro Damião fez falta, e a segunda derrota faz o clube, com zero ponto, repetir o mau início de 2001. Mas tem boas chances de se recuperar.
Flamengo 2 x 2 Sport
A partida no Maracanã terminou emocionante. O empate foi nos acréscimos, de forma dramática, com um jogador a mais e Diego Souza no gol do Sport. Mas não teve torcedor do FLAMENGO satisfeito com os 2 a 2. Tudo bem que o time até melhorou na segunda etapa, logo após tomar o segundo gol. Mas a reação para marcar dois foi mais pela empolgação. Os velhos problemas continuam. Sem um camisa 10 para pensar, fica difícil criar. É muita lentidão, muito toque para o lado. E muita bola alta jogada na área. Vanderlei até acertou quando trocou no intervalo o burocrático Almir por Paulinho. Deu velocidade. Depois, sacou Anderson Pico e lançou Eduardo da Silva, que ajeitou com o peito para Everton marcar o segundo gol - Canteros já diminuíra o placar. O primeiro ponto, suado, em casa, de seis disputados, mostra que há muito o que fazer.
Quando Joelinton saiu do banco para substituir Samuel, que deixou o campo mancando, ainda aos 34 do primeiro tempo, deu início à tarde emocionante do SPORT no Maracanã. Primeiro, sofreu o pênalti bem cobrado por Diego Souza que abriu o placar, aos 46. Foi dele também o belo passe de calcanhar em tabelinha com Élber, que ampliou aos 23 e dava a impressão de vitória. O Rubro-Negro pernambucano era muito mais organizado em campo. Mas aí o Fla diminuiu com Canteros cinco minutos depois e teve a contusão do goleiro Magrão. Com as três substituições já feitas, Diego Souza foi para a posição, e o time ficou com 10. O Leão cedeu o empate, mas saiu de campo ungido de muita luta. Com quatro pontos na tabela - goleara o Figueira na estreia por 4 a 1 -, parece querer incomodar no Brasileirão 2015. Resta saber se terá fôlego para isso.
Atletico Mineiro 4 x 1 Fluminense
A receita para curar a ressaca da eliminação da Libertadores foi simples: Galo Doido em doses cavalares e duas injeções de vitamina J - de Jemerson. O zagueiro marcou duas vezes de cabeça e abriu caminho para a goleada do ATLÉTICO-MG, que deixou o Flu de cama no Mané Garrincha: 4 a 1. Os quase 12 mil torcedores dos times, misturados nas arquibancadas em Brasília, viram blitz infernal dos mineiros no primeiro tempo. A escalação ofensiva de Levir Culpi nocauteou o Tricolor, com duas bolas no travessão e os gols de Jemerson, aos seis e 36 minutos. Após o intervalo, Dátolo fez o terceiro aos sete do segundo, e Luan botou a cereja no bolo aos 35. O gol de Fred, no fim, nem fez cócegas. Se agora a prioridade dos mineiros é o Brasileiro, pelo visto não vai ter choro pela Libertadores perdida. Lá vai o Galo enlouquecido de novo.
Com Marlon na seleção de base, Ricardo Drubscky promoveu a reestreia de Antonio Carlos, velho conhecido da torcida do FLUMINENSE. E ele parecia perdido no miolo da zaga. No segundo gol, conversava com Wellington Silva enquanto Jemerson rasgava a área para marcar. Àquela altura, o Tricolor já estava na lona. Não deu um chutezinho a gol sequer em toda etapa inicial. Se a ideia era reagir depois do intervalo, a defesa desarrumada tratou de sepultar qualquer chance ao permitir o contra-ataque que resultou no gol de Dátolo. Quando Luan marcou o quarto, o estrago já estava feito. Depois de uma estreia com vitória sofrida sobre o Joinville, agora ficou claro que Drubscky terá muito trabalho pela frente. Bola na área do Tricolor é sinônimo de desespero. E a apatia deixou a torcida irritada
Ponte Preta 1 x 0 São Paulo
Parecia replay da primeira rodada a atuação de Renato Cajá. No empate com o Grêmio por 3 a 3, na estreia da PONTE PRETA no Brasileirão, fora ele o cérebro do time, com passes açucarados para os atacantes. Fora ele o autor de um belo gol de fora da área. Pois bem. Neste domingo, num Moisés Lucarelli sem público - punida pela CBF pelos tumultos da partida contra o Joinville, pela Série B do ano passado, a Macaca não pôde abrir os portões do estádio -, o meia voltou a brilhar. Aproveitou-se de erro na saída de bola do São Paulo, viu Rogério Ceni adiantado e mandou outro balaço de canhota. O gol acabou sendo o da vitória num jogo de altos e baixos. Com contra-ataque rápido, a Ponte poderia ter saído de campo com placar maior, não fosse a atuação do goleiro são-paulino. Invicta, com quatro pontos, a equipe pode incomodar neste Brasileirão.
Eliminado da Libertadores nos pênaltis para o Cruzeiro no meio da semana, o SÃO PAULO foi um dos times mais apáticos da segunda rodada do Brasileirão. E vinha de estreia com vitória sobre o Flamengo por 2 a 1, no Morumbi. Naquela ocasião, Ganso e Pato entraram no segundo tempo e mudaram a partida. Agora, nem um nem outro foi capaz de tirar o Tricolor Paulista da melancolia. Pelo contrário: os dois eram dos mais apagados. Ganso chegou a levar bronca do técnico Milton Cruz por não marcar saída de bola da defesa adversária. Pato não deu trabalho à zaga da Macaca. A equipe são-paulina criou muito pouco para quem sonha com título. E se estava adiantado no gol da Ponte, Rogério Ceni foi o grande nome da equipe, com pelo menos quatro defesas difíceis. O resultado, na verdade, poderia ter sido pior.
Internacional 1 x 0 Avai
Não tem torcedor do INTERNACIONAL preocupado agora com o Brasileirão. A cabeça está na partida de quarta-feira, pela Libertadores, contra o Santa Fé, em Bogotá, na Colômbia, pelas quartas de final. Poupado, o time titular foi ao Beira-Rio dar uma força. Valdivia distribuía selfies enquanto seus colegas tentavam os três primeiros pontos após derrota na primeira rodada para o Atlético-PR por 3 a 0. E não é que o Colorado conseguiu? Mais uma prova de que elenco faz a diferença. Mais uma prova de que é preciso ter planejamento para disputar bem todas as competições. E mais uma prova de que estrela também conta. Quando botou Vitinho aos 15 minutos do segundo tempo, Diego Aguirre mostrou que a fase anda boa para seu lado. Três minutos depois, o atacante marcou o gol da vitória em centro na medida de Alan Ruschel. O Inter nem precisou jogar muito. Está dando tudo certo mesmo.
Numa partida que chegou a dar sono no primeiro tempo aos 13.009 pagantes que foram ao Beira-Rio, bem que o AVAÍ tentou sair do estádio com um bom resultado. Eliminado da Copa do Brasil pelo rival Figueirense no meio da semana, o time catarinense, que empatou em casa na estreia no Brasileirão com o Santos por 1 a 1, queria decidir a partida nos contra-ataques. E tinha em Marquinhos o grande articulador de jogadas. O camisa 10, com velocidade e bons deslocamentos, distribuiu bons passes para Hugo, Anderson Lopes e Romário ficarem na cara do gol. O Leão só não marcou porque o goleiro Muriel estava em dia inspirado. Mas a equipe treinada por Gilson Kleina mostrou velocidade. Na próxima rodada, enfrenta o Flamengo em casa com a missão de sair do incômodo um ponto ganho
Joinville 0 x 0 Palmeiras
Se tem um 0 a 0 com cara de 0 a 0 nesta rodada é o da terceira partida realizada com os portões fechados na segunda rodada. O JOINVILLE, punido por causa de confusões entre torcidas na Série B do ano passado, até tinha motivação a mais na partida: a estreia do veterano Marcelinho Paraíba. O meia, que completou 40 anos, até teve chance de marcar com sua potente canhota, mas bateu torto e cruzado, no primeiro tempo. Fora essa jogada, o time não empolgou. Na verdade, a partida foi arrastada. Sem público, sem bons lances, sem emoção. Pior para o time da casa, que chega à segunda rodada sem vencer - perdera na estreia para o Fluminense, no Maracanã, por 1 a 0. Muito pouco para quem conquistou a Série B de 2014. Se quiser continuar na elite, vai ter que mostrar muito mais empenho e organização tática.
Um resumo do que foi o PALMEIRAS na partida é que a jogada mais trabalhada, mais perigosa, foi a dois minutos do fim, numa bola lançada para Leandro, que bateu de primeira, mas mandou para fora a chance de vitória. Lento, desinteressado na partida, sem criatividade, o Verdão chegou até a ter 70% da posse de bola. Mas Zé Roberto não conseguia criar. Quem se salvava era o atacante Kelvin, que queria jogo, mas não encontrava companhia. No segundo tempo, Oswaldo de Oliveira deslocou Zé Roberto para a lateral esquerda e botou Valdivia. O chileno até tentou, mas não conseguiu imprimir ritmo melhor. Com dois empates na competição - na estreia, ficou nos 2 a 2 com o Atlético-MG, na Arena -, o Palmeiras, que conta com boas peças no elenco, precisa justificar por que é considerado um dos favoritos à briga no grupo de cima.
Ao final da primeira fase, os times brasileiros apresentaram um desempenho bem superior na Libertadores-2015 em relação à edição de 2014. Na média, as equipes nacionais superaram as argentinas em número de pontos obtidos. Lembre-se: será nos mata-matas que o torneio será decidido, e isso pode não valer nada.
Neste ano, o Brasil conseguiu 64,6% dos pontos, com a classificação de todas as cinco equipes. Em 2014, foram apenas 54,6% pontos obtidos, com três das seis agremiações eliminadas. Corinthians, Internacional e Cruzeiro terminaram nos primeiros lugares de seus grupos neste ano.
Em comparação, os seis times argentinos tiveram uma média de 56,5% dos pontos. Foram desclassificados Huracán e San Lorenzo, atual campeão. No ano passado, a Argentina teve média um pouco superior de 56,7%, isto é, levou vantagem sobre o Brasil.
Agora, claro, esses números são coletivos. O Boca Juniors foi a melhor equipe da primeira fase de 2015, com 18 pontos. Ou seja, posiciona-se como um dos favoritos para a conquista como o Rancing, primeiro do seu grupo. Já aconteceu em outras edições de brasileiros terem maus desempenhos em conjunto, e uma equipe sair campeã.
Na última Libertadores, aliás, o rendimento nacional ruim na primeira fase se estendeu aos mata-matas: todas as agremiações foram eliminadas antes das semifinais. Agora, com dois confrontos entre equipes nacionais nas oitavas-de-final, só pode haver três brasileiros nas quartas-de-final.
Foram decididas as vagas para a Final da liga do campeões que acontecerá no dia 06 de Junho de 2015 com transmissão da Globo,Band e ESPN Brasil.Vamos começar pelo primeiro jogo que ocorreu entre:
Bayern de Munique 3 X 2 Barcelona
O que o trio MSN prometeu cumpriu. O Barcelona não se abalou com o gol sofrido aos sete minutos de jogo e foi para o intervalo com a classificação praticamente definida graças ao futebol daquele que é apontado por muitos o melhor do mundo. Neymar marcou duas vezes em assistências de Suárez - após precisos passes de Messi. Mas o uruguaio precisou sair no intervalo, poupado com dores musculares. E o Bayern cresceu, virou, venceu por 3 a 2 e se despediu dignamente da Liga dos Campeões numa terça-feira em que a bola foi muito bem tratada em Munique.Fica difícil discordar dos números. Quando estão inspirados, Messi, Suárez e Neymar formam o ataque mais letal do planeta. Eles já marcaram 114 gols na temporada (30 do argentino, 23 do brasileiro e 21 do uruguaio). Na Champions, são 25 dos 28 gols do Barcelona marcados pelo trio MSN: dez de Messi, nove de Neymar e seis de Suárez. O camisa 10 é o artilheiro do torneio.O Barcelona vai em busca de seu quinto título - até agora, conquistou quatro em sete finais. Especialmente na última década, transformou-se num time cascudo, acostumado a decisões, sejam continentais, nacionais ou mundiais. O dia 6 de junho, inclusive, pode determinar a repetição da Tríplice Coroa da temporada 2008/09, já que o Barça tem pela frente a finalíssima da Copa do Rei, contra o Athletic Bilbao, no dia 30, e a reta final do Espanhol - precisa de uma vitória contra Atlético de Madrid ou Deportivo La Coruña para se sagrar campeão.
Ao Bayern, sobra o gosto - agora amargo - do Campeonato Alemão. O time de Pep Guardiola termina a temporada apenas com um título (algo raros em tempos de domínio absoluto em seu país). Jogará mais duas vezes pela Bundesliga, contra Freiburg e Mainz.
Real Madrid 1 x 1 Juventus
Álvaro Morata era até junho passado jogador do Real Madrid. Apesar de ser cria da base, não nutria exatamente do carinho do torcedor. Ao menos enquanto recebeu (poucas) oportunidades, esteve longe do perfil galáctico, de potencial para gols empilhados em estatísticas intermináveis. Pois o clube realmente não achou necessário mantê-lo na temporada em que defenderia o título. Os Deuses do Futebol, neste caso, capricharam na ironia. O mesmo Morata, € 20 milhões depois, seria o responsável por eliminá-lo numa dramática semifinal no Santiago Bernabéu, nesta quarta-feira. Foi dele o gol do empate por 1 a 1 que, somado à vitória em Turim, classificou o Juventus para a finalíssima do dia 6 de junho, em Berlim. O Superclássico contra o Barcelona não passou da imaginação daqueles que ansiavam pelo “jogo do século”.Será a oitava final de Champions da Velha Senhora, campeã em duas oportunidades (1985 e 1996) e vice em outras cinco, a última em 2003, contra o Milan de Dida, nos pênaltis. O maior campeão italiano ainda é o Milan, com sete troféus, à frente do Inter de Milão, com três. O Real, dono de dez canecos, terá de aguardar outra oportunidade para repetir o feito dos Rossoneros, bicampeões em 1989 e 1990, curiosamente com Carlo Ancelotti no elenco.Graças a Buffon, Morata, Tevez e um sistema defensivo aguerrido, a Velha Senhora manteve vivo o sonho da inédita Tríplice Coroa. Já é campeã italiana, por antecipação, e disputará a final da Copa da Itália contra o Lazio - terá de ser antecipada por estar marcada para 7 de junho, no dia seguinte à decisão em Berlim.
Ao Real, sobram as reduzidas chances de título no Campeonato Espanhol. Além de ter de vencer os jogos restantes, contra Espanyol e Getafe, e torcer por dois tropeços do Barcelona, que visita o Atlético de Madrid e depois recebe o já rebaixado Deportivo La Coruña.
O tão aguardado campeonato brasileiro começou com o seguintes resultados
Palmeiras 2 x 2 Atletico Mineiro
O Palmeiras é um organismo em constante mutação. São 21 reforços na temporada (contando com o último, Fellype Gabriel). É uma reformulação quase absoluta – e que demanda tempo, exige paciência. Mas que também gera expectativas. O empate por 2 a 2 com os reservas do Atlético-MG foi decepcionante como resultado e como atuação. O time de Oswaldo de Oliveira teve pouco a bola (48%) e, angustiado com o placar (jamais esteve na frente), apressou o jogo. Sem Cristaldo (artilheiro da temporada, com sete gols) e Leandro Pereira, apostou em Gabriel Jesus, que chegou a seu décimo jogo no clube, o segundo como titular, e ainda não fez gols. Valeu a insistência, valeu o gol feito por Rafael Marques no último minuto, mas o Verdão pode mais. Foram dois pontos perdidos.
Victor foi o único titular do Atlético-MG a ir a campo contra o Palmeiras - duelo intrometido entre os dois jogos com o Inter pelas oitavas de final da Libertadores. A atuação alvinegra foi um aviso de que duas coisas não faltam ao Galo: elenco e treinador. E isso dá mais alento de que é possível superar os gaúchos no torneio continental. O time reserva jogou como o titular jogaria: com naturalidade, com automatismo, sem temores. Houve destaque de uma ponta à outra: da zaga, com Tiago muito seguro, ao ataque, com Jô repetindo o que fizera na final do Mineiro e sendo outra vez definidor - foi dele o segundo gol. Cárdenas, livre para flutuar pelo meio, poderia ter criado mais, e Maicosuel ainda parece um pouco preso. Pena para o Galo foi o gol sofrido no fim – o avesso do que costuma acontecer, vide a vitória sobre a Caldense na decisão estadual e o 2 a 2 com o Inter na ida da Libertadores.
Chapecoense 2 x 2 Coritiba
Vale observar o que disse o presidente da Chapecoense, Sandro Pallaoro, antes do jogo contra o Coritiba: "Nosso objetivo é a permanência na Série A. Não é questão de não ter ambição ou de pensar pequeno: é questão de pés no chão". Oscila entre a humildade e o realismo a colocação do dirigente. Tende mesmo a ser modesta a jornada do time catarinense no Brasileiro. Mas ela começou muito bem. Começou como precisará ser o tempo todo: no suor, na luta. Ao levar um gol tão cedo, logo com três minutos, a Chape já precisou mostrar suas armas mais básicas: a entrega em campo e a força como mandante. Se não tiver isso, o time de Chapecó viverá um longo inverno na competição. Interessante notar o protagonismo dos volantes no 2 a 1: Elicarlos, firme na marcação e dono do primeiro gol, e Gil, liberado para escapulir mais ao ataque – e, consequentemente, responsável por participar do gol da virada, feito por Roger. Futebol moderno exige volantes participativos.
O Coritiba começou bem o ano, acumulando vitórias no estadual, e depois caiu em um abismo. Ou caiu na real mesmo. A questão é que são quatro derrotas seguidas na temporada – as duas da final do Paranaense, por 2 a 0 fora e 3 a 0 em casa (!!) para o Operário, a do primeiro duelo com o Fortaleza pela Copa do Brasil (2 a 1) e agora a virada cedida à Chapecoense. O cheiro é de luta contra o rebaixamento. O técnico Marquinhos Santos se apega aos reforços que ainda não puderam estrear para ver o time evoluir. Mas não são nomes dos mais empolgantes: o zagueiro Leandro Silva, o meia Ruy, o atacante Paulinho... O alento é que Rafhael Lucas tem qualidade para manter no Brasileirão o aproveitamento que teve no início da temporada. Foi dele o gol do Coxa em Chapecó. Ele tem 14 dos 30 gols alviverdes em 2015. Quase 50% - o que dá uma ideia de como o time é dependente do jogador, visto que outras peças (Negueba, por exemplo) ficam longe de render o mesmo que ele.
Fluminense 1 x 0 Joinville
Foram três semanas de treinamento para o Fluminense entre a queda no Campeonato Carioca e a largada no Brasileirão – um luxo em um país de calendário tão estrangulado. O desempenho na volta aos campos, com a vitória de 1 a 0 sobre o Joinville, tem um asterisco que dificulta a análise sobre quão produtivo foi o período sem jogos: o fato de o adversário ter passado três quartos da partida com um jogador a menos em campo. A expulsão precoce de Naldo, aos 22 minutos do primeiro tempo, mexeu no eixo da partida. Claro, já seria natural que o Fluminense atacasse mais. Mas o predomínio virou soberania: 66% a 34% em posse de bola, 23 a 3 em finalizações, 373 a 113 em passes certos. Curiosamente, o Tricolor se mostrou mais agressivo no primeiro tempo, jogando com três volantes, do que no segundo, quando Ricardo Drubscky apostou em escalação mais ofensiva. Robert já entrou no lugar de Pierre no intervalo. Mas foi outra figura saída do banco, Vinícius, quem fez o gol da vitória, aos 42 do segundo tempo.
Hermerson Maria, técnico do Joinville, disse que proibiria seus jogadores de levarem câmeras ao Maracanã para o jogo contra o Fluminense. Se quisessem fazer fotos, que usassem seus celulares antes da partida, e bem rapidinho. A declaração, mesmo em tom de brincadeira, tem lá seu simbolismo: para o JEC, de volta à Série A após 28 anos, era um momento especial – como bem mostraram os cerca de mil torcedores catarinenses presentes no estádio. E faltou um triz para o retorno triunfal do clube à elite ter resultado prático na tabela. O Joinville passou mais de 70% do tempo com um jogador a menos, sendo acossado pelo adversário, e resistiu até os 42 minutos do segundo tempo. Kempes, coitado, quase morreu de solidão no ataque. Foi particularmente bem o goleiro Oliveira, com três defesas difíceis na etapa inicial, mas incapaz de evitar o gol de Vinícius. Curiosamente, o JEC foi vazado no período do jogo em que esteve melhor – no primeiro, cedeu espaços exagerados, mesmo com um a menos, a um adversário que tinha três volantes.
Gremio 3 x 3 Ponte Preta
Se o Grêmio comprar um circo, é possível que o anão cresça no dia seguinte – tamanha a má fase. Em uma semana, perdeu a final do Campeonato Gaúcho, viu sua principal contratação da temporada (Cebolla Rodríguez) pedir rescisão de contrato e cedeu duas vezes o empate à Ponte Preta em casa na estreia no Brasileirão – na segunda vez, no último lance do jogo, quando tinha um jogador a mais em campo. Até nas boas notícias há problemas. Yuri Mamute, muito bem na partida, autor de dois gols, agora defenderá a seleção brasileira sub-20 – e ficará mais de um mês ausente. O 3 a 3 da manhã deste domingo fugiu da curva tricolor em uma temporada de poucos gols feitos, mas também poucos cedidos na equipe de Felipão. Chama a atenção que o time tenha permitido duas vezes a reação do adversário. A tradição do Grêmio é buscar resultados impossíveis, não cedê-los. Estreia decepcionante. Reforços são absolutamente necessários.
Fará um mês, nesta segunda-feira, que a Ponte Preta quase eliminou o Corinthians nas quartas de final do Campeonato Paulista. A derrota por 1 a 0 na casa do adversário foi injusta. A Macaca dominou o primeiro tempo e teve um gol mal anulado. Mas ficou, daquele 11 de abril, o sentimento de que havia um bom time em construção. E a impressão foi referendada na manhã deste domingo, no empate por 3 a 3 com o Grêmio na Arena. A Ponte não foi o melhor time do mundo, não foi impecável, teve falhas preocupantes, mas mostrou capacidade de reação a organização – elementos que já permitem alguma esperança de que o clube talvez não se restrinja a lutar contra a queda. Renato Cajá, com um golaço, orquestrou a reação do time, que chegou a estar perdendo por 2 a 0. A insistência foi premiada com o gol feito no último lance – por Diego Oliveira, que melhorou a equipe ao entrar no segundo tempo -, quando a Ponte tinha um a menos em campo.
São Paulo 2 x 1 Flamengo
Chame de coragem, já que tem Libertadores na semana que vem: São Paulo escalou quatro titulares de cara contra o Flamengo. Ou de prudência, já que... bom, já que tem Libertadores semana que vem: São Paulo poupou sete titulares de cara contra o Flamengo. Certo é que o Tricolor, ao contrário da maioria dos demais brasileiros que também estão envolvidos na competição continental, preferiu não escalar um time tão suplente assim na largada do Brasileirão. E deu certo: vitória por 2 a 1 no Morumbi, vitaminada pelas entradas de Alexandre Pato e Paulo Henrique Ganso no segundo tempo. A dupla, aliás, foi responsável por desmontar o sistema defensivo do Flamengo – e mostrou que o talento, mesmo em tempos de tanta intensidade, é fundamental. Com eles, o São Paulo mudou sua postura, se tornou mais agressivo e ganhou o jogo. Pato participou do primeiro gol, marcado por Luis Fabiano, e anotou o segundo.
O Flamengo mostrou-se, e não é novidade, um time limitado – limitado a ponto de ser dominado por um São Paulo alternativo, sem sete titulares. Mesmo no primeiro tempo, quando Pato e Ganso ainda estavam no banco paulista, o time carioca pouco fez. Acontece que times limitados precisam de individualidades para sair da mesmice – e o Flamengo não as teve no Morumbi, ao contrário do oponente. A aposta de Vanderlei Luxemburgo em Almir não deu resultado, e a entrada de Mugni no lugar dele, tampouco. Marcelo Cirino, a peça ofensiva que mais dá alternativas ao time, teve péssima jornada – tão bem simbolizada no lance em que ele preferiu simular um pênalti do que tentar a jogada. O gol rubro-negro foi ocasional: pênalti nascido em um toque no braço de Ganso em cobrança de escanteio. Domingo pobre do Flamengo.
Cruzeiro 0 x 1 Corinthians
Não tem ninguém hoje em dia que conheça melhor do que o torcedor do Cruzeiro o prazer de ganhar um Brasileirão. Talvez tenha sido por isso, por esse apego, que os bicampeões nacionais se permitiram o luxo de mandar a campo, contra o Corinthians, atletas de presença costumeira entre os titulares, mesmo tendo jogo decisivo pela Libertadores na semana que vem – nomes como Fábio, Manoel, Willians, Marquinhos e Willian. O desgaste, porém, foi em vão. A atuação pobre da Raposa na derrota por 1 a 0 aumentou um pouco o alerta que vem preocupando os torcedores em 2015: a impressão de que o elenco celeste já não é tão bom como nos anos anteriores. O empate talvez fosse mais justo, mas o Cruzeiro pagou o preço da desatenção na hora do gol, quando deixou Edílson livre para mandar chute cruzado – bem aproveitado por Romero.
O Corinthians começou o ano como melhor time do país, com sobras: organizado e envolvente, ágil sem deixar de ser técnico. E aí se acomodou. E se tornou uma equipe previsível. E passou a acumular resultados ruins. Para sair do futebol óbvio, talvez o Timão precisasse justamente do improvável: uma vitória, com os reservas, sobre o bicampeão brasileiro. O 1 a 0 deste domingo, em Cuiabá, foi melhor como resultado do que como atuação, mas era justamente de um resultado que a turma de Tite mais precisava – e nem tanto pela tabela: mais pela recuperação de ânimo mesmo, pela força extra para tentar virar sobre o Guaraní, do Paraguai, na Libertadores. Apenas Cássio foi titular, e o inusitado se mostrou de várias formas: com Danilo jogando muito pouco e com Romero, tão pouco utilizado, fazendo o gol da vitória. Em tempos de busca de alternativas na equipe, pode ser boa notícia a atuação consistente de Vágner Love, melhor do que nos jogos anteriores.
Atletico Paranaense 3 x 0 Internacional
É uma pequena maluquice do futebol que um time que lutou contra o rebaixamento no Campeonato Paranaense aplique 3 a 0 no melhor brasileiro da Libertadores. Claro, a presença de reservas (e outros que nem isso são) no Inter ajuda a explicar a vitória do Atlético-PR, mas o resultado não deve ser desmerecido por isso. Fosse qual fosse a formação colorada, a vitória rubro-negra é expressiva e ajuda a amenizar as desconfianças – que, por outro lado, não devem ser esquecidas. O mais animador no Furacão foi a presença fatal de Walter, responsável direto por três gols. No primeiro, muito bem colocado no meio da zaga, concluindo de primeira. No segundo, ao sofrer o pênalti (bem) cobrado por Felipe. No terceiro, mandando uma patada na direção do gol e contando com a imperícia de Paulão, que mandou contra. Walter, para ser um dos melhores atacantes do país, precisa de carinho, precisa de acolhimento, precisa se sentir em casa. E essa aproximação entre ele e a torcida, neste domingo, pode ser até mais valiosa do que a vitória.
Aconteceu algo curioso com o Inter em 2015. Ciente de que tinha deficiências no elenco, o clube foi às compras. Buscou lateral-direito (Léo), zagueiro (Réver), meia (Anderson) e atacante (Vitinho), entre outros. Enquanto essa turma tentava entrar em forma, porém, uma gurizada se consolidava nos treinamentos – casos de Rodrigo Dourado, Valdívia, Eduardo Sasha. Consequência: os medalhões saíram do time. E depois saíram até do banco. E aí ganharam uma rara chance contra o Atlético-PR. E provaram, em um ciclo autoexplicativo, por que saíram do time, por que saíram até do banco. Foram engolidos pelo Furacão. Anderson tem o rendimento de quem não joga futebol há anos (bom, é quase isso mesmo), Vitinho parece mais no mundo da lua do que dentro de campo, Réver dá pinta de estar duas décadas distante daquele zagueiro espetacular de 2013. Curiosamente, a pior derrota de Diego Aguirre mostrou que ele está certo: certo em apostar nos jovens enquanto os reforços decepcionam sucessivamente.
Sport 4 x 1 Figueirense
Se o Campeonato Brasileiro terminasse hoje, o Sport seria o campeão brasileiro, dirão os piadistas. Foi muito bem o Leão em sua estreia: 4 a 1 e muita imposição sobre o Figueirense. É um resultado a ser celebrado neste ano de tantas dúvidas, de tantas desconfianças. Mas ele não pode cegar os pernambucanos. Há no placar algo de sorte – sorte não apenas por enfrentar o Figueirense (longe de ser um favorito) em casa na estreia, mas de enfrentar um Figueirense reserva. Nessas condições, não poderia haver oponente melhor. Bom, mas azar é do oponente. O Sport fez o que teve que fazer: goleou, largou com três pontos preciosos e viu Diego Souza ganhar confiança com os dois gols de pênalti marcados. Mas gol bonito mesmo foi o de Renê. Só que calhou de ser contra...
Imagine a agonia de Argel: sabe que tem um elenco limitado, sabe que precisa pontuar no Brasileirão, sabe que tem clássico decisivo contra o Avaí na quarta-feira pela Copa do Brasil e sabe que precisa dar um jeito de equilibrar todas essas variantes. Deu no que deu. Com reservas, o Figueirense levou 4 a 1 do Sport na Ilha do Retiro – um preço caro a ser pago pelo risco corrido. A falta de entrosamento da equipe ficou evidenciada em um meio-campo desconexo, de rendimento quase nulo – facilmente dominado pelo adversário. O zagueiro Bruno Alves foi a personificação da má jornada catarinense: mal posicionado no primeiro gol, autor de um dos pênaltis e expulso de campo.
Vasco 0 x 0 Goias
É muito cedo, claro, para verdades absolutas, mas o empate por 0 a 0 com o Goiás tem potencial para ser um esboço daquilo que o Vasco fará ao longo do Brasileirão: um time de pouca inspiração, com defesa sólida e setor ofensivo burocrático, capaz de construir resultados pontuais em partidas pouco animadoras. Luan e Rodrigo formam uma dupla de zaga bastante confiável – e o panorama melhora com a presença de Martín Silva. Mas não há contrapartida ofensiva. Dagoberto foi utilizado mais recuado, para tentar oferecer alguma dinâmica ao ataque, mas não conseguiu. É compreensível: esse não é o habitat dele. Falta um jogador criativo ao Vasco – pelo visto, não será Marcinho. Se não tiver um atleta assim, o time carioca padecerá da realidade que já vivenciou neste domingo: passar uma partida inteira sem ter uma chancezinha sequer de gol.
O Goiás foi o time mais faltoso da primeira rodada do Campeonato Brasileiro. Foram 27 infrações no 0 a 0 com o Vasco. Não é por acaso. O número apenas reforça a característica de um time mais propenso a destruir do que a construir. As qualidades do Esmeraldino em São Januário foram defensivas: a capacidade de praticamente não deixar o campeão carioca ameaçar. Na hora da criatividade, porém, foi um conjunto vazio – tanto que só finalizou cinco vezes, e em apenas uma dela com algum perigo: em falta bem cobrada por Felipe Menezes. Destaque para a dupla de zaga, formada por Felipe Macedo e Alex Alves, com oito desarmes e uma roubada de bola cada.
Avai 1 x 1 Santos
Partindo-se da lembrança de que o Avaí lutou contra o rebaixamento no Campeonato Catarinense, até que foi animador o começo de Brasileiro do time de Floripa. E em especial pelo segundo tempo, quando ele dominou completamente o Santos, buscou o empate por 1 a 1 e poderia ter vencido o duelo. O técnico Gilson Kleina não viu razão para preservar seu time titular, apesar do duelo com o Figueirense, quarta-feira, pela Copa do Brasil. Marquinhos provou mais uma vez que é a figura central da equipe: mandou uma bola na trave e, de falta, fez o gol da igualdade. A equipe, reiteradamente apontada como candidata forte ao rebaixamento, mostra evolução e deixa alguma esperança ao torcedor. O drama desenhado nos primeiros meses de 2015 pode não ser tão forte assim, no fim das contas.
O Santos pagou por sua bipolaridade no empate por 1 a 1 com o Avaí. Teve duas personalidades em Florianópolis. No primeiro tempo, foi um time dominante, impositivo. Não por acaso, saiu na frente. Mas cometeu o mesmo pecado da final do Campeonato Paulista, contra o Palmeiras: não matou o jogo e permitiu que o adversário reagisse. Pior: foi uma equipe careta, previsível, sem a fome que se exige para brigar pelo título. E o técnico tem responsabilidade nisso. A primeira troca de ordem tática de Marcelo Fernandes aconteceu apenas aos 33 minutos do segundo tempo, quando Gabriel entrou no lugar de Geuvânio – antes, Werley, machucado, dera lugar a Gustavo Henrique, que acabaria expulso na reta final da partida. É possível exigir mais do campeão paulista.